Não é um adeus, é um até já.

Cada dia, uma nova página, em branco, e, pronta para ser escrita. Sem saber o que se pode acontecer a qualquer momento.

Hoje, acordei num sono profundo, a pensar naquela sensação de perda que tive à três semanas atrás, naquela sensação de alguém que eu amo, ter abandonado o mundo, d'uma forma silenciosa entre dois suspiros.

Ao ter recebido a notícia, naquele tal dia e naquele tempo exacto, caiu um peso sobre mim. Sem saber o que explicar, transmitia o que sentia através do meu choro e do meu silêncio profundo. Olhava para os rostos de pessoas amigas, mas olhei principalmente, para aquela pessoa que mais o amava - a minha avó. Eu não sabia o que dizer, ou o que fazer. Mal me mexia e mal pensava. Apenas entrei dentro da sala, e observei com todo o cuidado a cor da pele, do meu avô. Eu só com um simples toque, consegui recordar, imensas partes da minha vida que passei com ele, recordei o que ele me dizia e recordei as vezes que ele sorriu para mim. Imensas vezes que estivemos juntos. E algumas delas foram bem engraçadas.

Aí, vi que o tempo passou a correr. Sempre me disseram que devo dar tempo ao tempo, mas pergunto-me: e o tempo? dá tempo a mim? Se responder, digo que não. Nunca esperou, nunca encontrei um botão no relógio para parar, ainda não encontrei. Mas descobri, que só encontrarei quando o livro da minha vida acabar. Mas enquanto eu estiver viva, poderei dizer todos os dias que a minha saudade será eterna. Que o meu amor de neta, será eterno. E que apesar de fisicamente não esteja presente, sei que psicologicamente, sempre estará. Olhará sempre por mim e pela minha família e sempre sorrirá sempre para nós. Adoro-te avô, recordar-me-ei de ti sempre e para sempre .