Amor, ó Amor!

Amor, meu querido amor. Sentimento que acabou por invadir o meu peito. Sim, invadiste e sem piedade! Não chegaste a sequer pensar duas vezes nas consequências que me isso me poderia trazer. E trouxe das grandes, das grandes. A tua querida companheira, chamada Saudade, está a acabar comigo aos poucos e faz de mim a pessoa mais louca e mais imaginária que Portugal (pelo menos) pode ter. Passo a vida a imaginá-lo ao meu lado a dar-me a mão e a dar-me beijos nas bochechas e no centro da testa.

Eu culpo-vos desta vontade incalculável de estar na sua companhia. E culpo-vos sem piedade, como vocês fizeram a mim. Por vezes sinto-me tão só, sinto as minhas mãos geladas que só um par de mãos que me que consegue aquecer. Por vezes sinto-me tão neutra que simplesmente, não tenho a mínima noção de para onde estou a olhar ou a fazer. E, quando tenho-o próximo do meu corpo acabo por estar consciente daquilo que faço. É instantâneo. É por estas coisas que vos culpo, deixam-me diferente. Não digo fraca, porque eu sei que o coração dele estará sempre junto do meu, mas sim mais indiferente, talvez seja a palavra que defina da forma mais correcta a minha "outra" personalidade.

Ainda para mais, isto começa a cansar-me muito. Sim, é verdade, quando se ama é algo intenso e por vezes difícil de aguentar e por acaso, sempre me aguentei. Porque sempre acreditei no "para sempre" mesmo que na maior parte das histórias não haja um. Sempre fui persistente e sou alguém que sempre guardou o seu português para os melhores momentos. E mesmo assim, o silêncio que eu transmito, tem uma voz ainda mais alta onde é capaz de dizer tudo com um simples sorriso. E isto graças a quem? A ti Amor. Espero que estejas contente por me estares a matar-me desta forma. E, só sei que quando eu estiver com ele, aí é que mato a tua companheira com um tiro bem certeiro. Não duvides.