Bola de neve

Sabes, apesar de já me teres desculpado. Ainda não me sinto confortável, ainda estou um pouco preocupada com a situação. Sinto um pequeno receio de te magoar outra vez, e tento mexer-me o menos possível para não voltar a fazer asneira. 

Estou mesmo em baixo, acreditas? Eu queria mesmo que isto me passa-se num estalar de dedos, mas parece que magoei-me a mim também com isto tudo porque desiludi-me. Pensei que conseguia ser o melhor e no final, cometo um erro que talvez seja imperdoável, pelo menos a mim. Considero que o meu problema, seja vergonha. Porque nem sou capaz de me meter à tua frente, até mesmo que a minha saudade seja enorme. Gostava de pôr tudo para trás das costas, seguir em frente e fingir como tu que nada aconteceu e este problema nem existiu, porém as coisas não funcionam desta forma. Levam o seu tempo, sabes? Demoro a tomar consciência de que foi apenas um erro e que foi perdoado. Ainda não me recordei de que o ser humano tem como maior defeito, errar. E, de que eu sou humana. Mas lá está, erro sim, mas tenho coração e o meu coração leva as coisas à sua maneira. De uma maneira lenta. Incrível.

Eu vejo que como única solução, é mesmo ver-te o mais cedo possível, despejar tudo de uma vez e só aí, sim! É que eu mudo, porque se não for assim, não vou conseguir, só tu podes ajudar-me nisto mesmo que quem tenha criado este nó, só mesmo tu é que consegues desfazê-lo.