Chama-se Paixão - 5ª parte

Um mês e meio já passou. Querem saber de uma novidade? Conheci um rapaz. Muito simpático realmente e querido. E este não é como os outros todos que eu conhecia lá na cidade, que só me queriam conhecer só por ser, digamos assim... engraçada. Por acaso, conhecemo-nos mais ou menos como nos filmes. Sabem aqueles momentos em que sem querer "atropelas" uma pessoa e deixas cair os livros por susto? Foi mais ou menos assim, só que no meu caso fui para comprar a senha de almoço, e eu apanhei na carteira para pagar, porém, sem querer deixei-a aberta, ela escorregou-me da mão e as moedas caíram todas. E ele estava por detrás de mim e por simpatia ajudou-me a apanhá-las. Lá algumas ficaram para atrás e outros alunos apanharam, mas eu não quis saber muito disso, porque eram moedas de um cêntimo ou dois. Não fazia assim grande diferença.

Ah! Desculpem, não disse o nome dele. Chama-se Gabriel. Tem olhos verdes, mas mesmo verdes e o cabelo é um castanho meio loiro. Só se vê o loiro à luz do sol (sim, eu notei porque estive depois daquilo a ter uma conversa com ele no pátio, já que nós não tínhamos mais aulas até ao almoço, decidi ficar porque a Catarina também já estava a vir para a escola). A sério, eu gostei mesmo de conhecê-lo, e sinceramente ele tem um vocabulário muito elaborado e a sua forma de pensar, era bem desenvolvida na maior das realidades. Falámos sobre a escola, e sobre a situação em vivíamos. Daquilo que gostávamos e não gostávamos e ele não gosta mesmo nada é do racismo, como eu. Tenho amigos que têm a cor da pele diferente e são boas pessoas e gosto delas assim.

Foi uma pessoa impecável e tenho que dizer, gostei mesmo de conhecer e despertou-me a atenção. Eu não sei se ele me viu com os mesmo olhos que eu, porém neste momento não interessa. Só interessa que estou contente com o que aconteceu e parece que foi uma surpresa que Deus preparou só para mim.